quarta-feira, 30 de abril de 2014

Motores Ford Corcel Parte III - Chega o álcool.

Para a linha 1981 a Ford altera a calibragem do carburador do motor de 1.6 litros, e adiciona uma tomada de ar frio junto ao farol,  isso fez com que fossem eliminadas falhas na aceleração provocada pela formação de vapores, e consequentemente melhorando a economia de combustível, Segundo a Revista Quatro Rodas de novembro de 1980 o Corcel com essas alterações obteve um consumo médio de gasolina de 13,70 km/l no teste e 16,02 km/l na estrada.

A grande novidade para este ano é o motor de 1.6 litro abastecido com álcool, para que isso ser possível foram feitas várias modificações no motor, começando pela elevação da taxa de
compressão para 12:1, a mais alta entre os motores à álcool.
A elevação da taxa de compressão foi obtida através da adoção de pistões com cabeças mais altas e com o emprego do cabeçote do motor de 1.4 litros que possui câmaras de combustão menores, a junta do cabeçote é mais fina e com anéis de aço inoxidável nos furos dos cilindros.
O eixo comando de válvulas é o mesmo do motor a gasolina porém adiantado, proporcionando maior torque a baixa rotação e consequente perda de potência, sacrificando a velocidade máxima e favorecendo o consumo (consumo médio de gasolina de 11,49 km/l e 13,70 km/l na estrada, revista Quatro Rodas de novembro de 1980), esse motor produzia somente 66,8 CV ABNT a 4800 RPM e 12,2 kgfm a 2800 rpm de torque ante os 70,6 CV ABNT a 5000 RPM e 11 kgfm a 3000 rpm(segundo manual do proprietário DEL REY 1982). Para suportar o efeito corrosivo do álcool as hastes das válvulas de admissão eram cromadas e as sedes em liga de cobalto molibdênio.

Alimentação é feita através de uma carburador de corpo simples weber/dfv 228, bicromatizado, para minimizar a corrosão do álcool, e um novo coletor que além do aquecimento através do contato dos dutos de admissão com os gases de escape, possui circulação de água quente oriunda do cabeçote, para manter constante a temperatura da mistura.
O sistema de ignição é eletrônico de série, opcional nas versões a gasolina, as velas são mais frias NGK B7HS (NGK BP6HS gasolina), os motores alimentados com álcool possuem curva de inicial elevado 18º (13º gasolina) a 900 rpm.
Outra particularidade dos motores à álcool era o sistema de partida a frio automático composto de um reservatório de gasolina, bomba elétrica, sensor de temperatura instalado no cabeçote. Abaixo de 20ºC o sistema injetava gasolina para auxiliar a partida, em temperaturas muito baixas se a marcha lenta fica-se irregular era possível injetar manualmente gasolina através de um botão instalado no painel de instrumentos, onde também era possível desligar o sistema em caso do motor afogar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário